sexta-feira, 2 de junho de 2017

Calma na alma

Dois desconhecidos que se conhecem perfeitamente bem...esta parece-me assim de perto ser a frase do momento...

Um mês passou desde que fechei à chave a caixinha dos bons momentos...odeio tudo isto, com quantas forças ainda tenho. Odeio!! E não adianta dizer que nenhum queria nada disto...o certo é que tomaste a tua decisão. pensaste em ti, e decidiste. se te importas comigo? Sim, acredito que sim. Não desvalorizo os 4 anos passados, mas é difícil reter esse pensamento. 
Nestes 4 anos , aconteceram algumas paragens...mas muito curtas, muito ténues. Em 4 anos contigo por perto, este foi o mês mais difícil...O mês em que falamos somente 3 vezes, contando com o dia de hoje. O mês em que não te disse nem um único dia que gosto de ti, que sinto a tua falta, que tenho vontade de ti. O único mês em que não se combinou dias, nem horas, nem momentos. O mês em que não falamos de tesão, de arrelias, de desabafos. Em que não rimos juntos. Em que não dissemos um bom dia...nem muito menos um até amanhã...

Entendes a importância do "até amanhã"? Entendes a protecção que nos dá? O coração tranquilo por saber que amanhã ainda aqui vais estar...puufff...não sabes. Acredita que não fazes a mais pálida ideia de como estou. E sinceramente nem eu. Tenho fugido de pensar. Tenho fugido de escrever. tenho fugido de pensar com o coração porque senão vou ao fundo.

Se sentes a minha falta? No fundo acredito que sim. Se estiveste foi porque também o querias, mas a forma como reages não é de todo a melhor...mas também não sei se à fórmula correta. Fazemos o quê com essa falta? Faz-me sentir orgulhosa? Não. Sentir melhor? Não. Faz-me pensar "então vem...vem..."
E então ficamos com os telefonemas...e ainda deixas o aviso ...se eu por qualquer motivo não quiser...aviso!! Juro que disse para mim mesma "eu não estou a ouvir isto. ele é muito melhor do que este comentário". As coisas não são assim tão lineares, como espero que o saibas. Existe uma linha entre o coração e a cabeça e como pessoa inteligente que és deves saber o quão difícil é viver com as duas a roçar uma na outra...
Preferia que não ligasses porque fico literalmente parada. O mundo pára depois dos mini telefonemas. Fico assustada e revoltada. Fico triste e angustiada. Odeio-te e amo-te ao mesmo tempo. Mas não quero dizer-te isso, não o consigo fazer neste momento porque é sentir o corte total contigo. mas sim, o pensar rápido é dizer " esquece que eu existo!" Mas não consigo. Ainda.
Preferia que continuasses a ligar, para pelo menos ouvir essa voz que já me fez tão bem, e assim atenuar a minha dor. Apesar de não ficar bem, apesar de admirar a frieza com que falas ao telefone...dás a sensação de que com um telefonema fica tudo "menos mal", que fazes o mínimo que poderias fazer e tudo continua.
Não é assim... e essa é a parte que me entristece de morte mesmo...o perceber que tu não vacilas. E que já não me podes proteger de nada, porque eu é que tenho de me proteger de ti. 

Com o passar do tempo, vou guardando as memórias ainda mais. Percebo que não deveria ter-me magoado tanto, mas que foi inevitável...Foi demasiado tempo ao teu lado para não me apaixonar.Não seria eu se tivesse simplesmente andado a dormir contigo. E quando se dá tudo, sofre-se ainda mais. 
E hoje, sem medo de o dizer, lamento imenso que não me tenhas escolhido. Lamento que eu, tal como me conheceste, não tenho sido eleita para fazer parte da tua vida. Porque nestes 4 anos por mais que tivesses sempre sido "claro", a esperança anda sempre a bailar e nunca se sabe. Mas tal como tantas outras coisas, um dia a luz apaga. E lamento que isso tenho acontecido. 
Dói ficar no escuro. 
Já fiquei uma vez no escuro...à sensivelmente pouco tempo. Não comparo as dores porque são diferentes. Comparo a escuridão. Comparo o vazio que sentes por perderes alguém que amas. Alguém em quem confias e que te protege. 
Comparo-te a Ele. Sim. Tinha de o escrever. Dizê-lo não sei se seria capaz.Mas é isso. 
Da forma mais pura que o poderia escrever. 

Ao contrário do que me disseste uma vez, tu apareceste na minha vida na altura certa, já eu estive na tua na altura errada. Mas acredito que ao teu lado amadureci e cresci tanto, mas tanto, que quase sinto orgulho de mim própria. Olho para trás e faço de imediato uma foto: olho para trás , por cima do meu ombro e sorrio, muito...não só com a boca mas também com o olhar. Tornei-me um alinda mulher ao teu lado. Sinto-me grata. E sei que agora era a minha hora, a hora certa para te receber. Perdi-te. Perdemos os dois. 
Mas tu perdeste mais do que eu. Um dia explico te.

(A)caso
02/06/2017
17h22