Não me considero uma mulher de acasos. Acredito que se as coisas acontecem é porque nos direccionamos para elas...umas vezes conscientemente, outras nem por isso.
Conosco foi um pouco assim...inconscientemente naquela noite, porque ambos estavamos sedentos de desejo , de vontade, de correr risco... naquele dia, naquela hora, naquele momento. E sempre que penso nisso fico com borboletas a pairar na minha barriga. Arrepia-me. E se essa sensação passado um ano ainda me causa esse efeito, então é mais do que real...É palpável, sente-se em cada poro, em cada sorriso, em cada vontade...e quando sinto,é porque existe...é a magia, a tal magia que se torna real.
Não mudava aquele dia.Não mesmo.Com tudo o que poderia trazer de bom ou menos bom,não hesitei. Queria.Eu queria estar contigo a partir do momento em que nos conhecemos, é verdade.Deixaste uma quimica no ar...tu sabes que tens o "dom" do encantamento com classe... e gostei disso!
Conscientemente nos dias posteriores...continuámos.Quisemos continuar.
Eu continuei porque gostei. Porque não estava com ninguém. Porque fez-se um "clic"...
Pergunto-me imensas vezes porquê eu... porque quiseste continuar...
És o doce e o amargo...
Esta "relação" tem tanto de bom quanto de assustador...e custa-me ultimamente pensar nesse lado...às vezes é dificil perceber onde começa a nossa intimidade e onde termina.O que te dá direito de perguntar ou saber isto ou aquilo. O que me dá direito de questionar isto ou aquilo.Não impusemos limites mas também não anunciamos as liberdades impostas...fica ao critério do nosso bom senso , da nossa responsabilidade individual, mas sempre com a parte do outro presente em nós.
Não delineamos absolutamente nada e os dias rolaram.Não delineamos nada e as noites aconteceram...
Não impusemos nada mas a situação ficou "esclarecida" desde o inicio. Os entraves, os riscos, o cuidado, os horários, as prioridades...ao longo deste ano encaixámos tudo isso...
E passou um ano...um ano das nossas vidas...a viver momentos à parte do mundo lá fora...e isso assusta-me...Habituar-me a uma rotina que gosto e que queria mais e de uma outra forma, mas que sei que o que temos é isto e dificilmente irá alterar alguma coisa...
Óbvio que a vida dá muitas voltas sim.Óbvio que existem diversas possibilidades em aberto, até porque olhando para trás possivelmente não dirias que isto poderia acontecer...mas aconteceu não é? E pergunto-me porquê eu...o que encontraste em mim para continuares a correr riscos, para colocares a tua rotina em causa...pergunto-me milhares de vezes...Sei que sou uma mulher com qualidades, sei que cativo por pormenores, não sou de todo desinteressante mas ainda assim...pergunto-me!
Na verdade naqueles momentos em que estamos no mimo, em que estou a ouvir-te ou observar, considero-me uma privilegiada. Sinceramente que considero. Privilegiada por ser eu a estar contigo.Privilegiada porque não deveria ser ninguém (mais) a estar ao teu lado. Privilegiada porque tenho a noção de que, para continuares foi porque encontraste algo em mim que te mantem. Não pode ser somente sexo porque isso encontrarias.Não pode ser somente o fugir da tua rotina porque isso seria correr riscos desnecessários.Mas alguma coisa "especial" ou marcante tem de ser...e nesse sentido quando estás ao meu lado, quando conversamos, ou quando simplesmente penso em ti sinto-me privilegiada...e feliz!
Feliz apesar de saber que mereço mais. Feliz apesar de saber que possivelmente não darás mais.Feliz apesar de saber que poderiamos encaixar melhor ainda. Feliz por me contentar com o pouco que me enche muito o coração.
Nunca fui uma mulher de "pedir" muito. Fui sempre uma mulher de saber aproveitar da melhor forma e com a máxima intensidade os caminhos que escolho ou aqueles que me são dados a escolher.E não considero isso pouco. Considero que mereço mais sim, mas não considero pouco o que tenho, ou o que temos. :)
Conheci-te numa fase de mudança da minha vida. Grandes mudanças.
Mudanças essas que também me ajudaste a superar, sem querer dar-te os louros todos como é óbvio...mas a verdade, que é normal acontecer, é que um relacionamento dá-nos um espirito e disposição para enfrentar as coisas de maneira diferente.
Brilhamos sem darmos conta e nisso adquires tu um grande mérito nesta mudança.
Sim, tornei-me mais mulher ao teu lado, posso dizer isso sem medo ou receio de parecer "criança" ou menos mulher. Partilhar contigo certos pontos de vista, perceber algumas realidades que por vezes me passavam ao lado, ter o cuidado de cumprir horários, responsabilizar-me pelos argumentos que uso, responder pelas atitudes que tomo,expressar com as palavras certas o que o coração e a cabeça às vezes complicam,aprender a olhar olhos nos olhos mesmo quando falamos assuntos demasiadamente sérios, rir e sorrir de boca cheia, fazer amor como se não houvesse amanhã e acordar com um brilho...
Tornei-me mais brilhante contigo.Aprendi a brilhar, naturalmente.
E isso não se pode agradecer nem acho que se deva...demonstra-se. E é o que tenho feito neste ano que passou.Demonstrar que sim,que foi bom ter-te conhecido e que continua a ser bom conhecer-te cada dia mais um pouquinho.Nem sempre é fácil para mi saber como agir ou reagir...por vezes o receio de demonstrar fica um pouco inibido...a dualidade entre o que quero e o que penso que deverei demonstrar...a dualidade entre o que manda o coração e o que pensa a cabeça...a dualidade entre o correto e o incorreto...a dualidade de me colocar do outro lado...e acredita que penso nisso tudo...não deixo de ser eu mesmo no que te digo e no que faço mas ainda assim penso em todas essas dualidades...
Sinto-me de Parabéns por ser uma mulher crescida e conseguir lidar com tudo isto ao longo deste ano.
Gosto de mim assim brilhante.
Adoro sentir-me brilhante, sorridente e feliz quando estás ao meu lado.
Se tenho medo? Sim. Das duas situações: que corra mal e termine da pior maneira.Ou simplesmente que chegue o dia e termine.
Falta a terceira hipótese...mas essa muito sinceramente nem penso nela tanto porque, infelizmente e sendo muito realista, parece-me a mais improvável de todas...e não é que não o desejasse...mas desde o inicio que nunca prometeste nada portanto acho que é por isso que nem sequer a coloco muitas vezes em cima da mesa e até me causa uma certa inibição...não gosto de falar isso contigo porque, eventualmente, poderás pensar que é algum tipo de pressão e, de todo, nunca o faria com esse sentido, como espero que o saibas...
Se me arrependo?Não. Faria de igual forma se tivesse a mesma oportunidade.
Uma, duas, três vezes...as que fossem necessárias para sentir todas as borboletas na barriga que me causas...
Gosto de gostar de ti.
Gosto deste ano que passou
Gosto que me faças sentir viva!
E isso não se agradece...vive-se e sente-se.
...é assim que me fazes sentir!
(A)caso
24/03/2014
24/03/2014